Fantastic Four (Quarteto Fantástico) voltou às telas do cinema como um reboot, no qual enfrentam Galactus, um ser que se alimenta de planetas num estilo retrofuturista. Porém, a temática visual serve algum propósito ou é apenas mais uma voltinha no carrossel da nostalgia?
O filme é cheio de ação, tendo como única crítica o seu próprio estilo.
Matt Shakman, o realizador desta longa, optou por um estilo que se intercepta entre os "Jetsons", retro futurismo e alguns documentários antigos da BBC de como seria o futuro. Apesar de não ser uma má ideia, e a sua execução ter sido bem feita, os elementos tentam ser um chamariz usando nostalgia meio descarada e uma saudade daquilo que nunca se viveu.
A estética é apenas para embelezar o filme, mas não serve nenhum propósito prático. Podem dizer que a estética faz parte da construção do mundo cinematográfico onde a história se passa, mas há que ser cauteloso para não parecer mais uma tentativa de atrair espectadores pela memória.
Vamos por partes, a inspiração mais evidente é com a personagem H.E.R.B.I.E. que é um assistente doméstico. H.E.R.B.I.E é uma variação da Rosey dos Jetsons. O azul é comum aos dois robots, assim como o seu formato e as mãos em forma de garras.
Não é que tenha desgostado da temática, não vejo é um sentido prático, a não ser uma alusão nostálgica ao imaginário das décadas de 70, 80 e 90 do que seria o futuro que não chegou a se materializar. Não prejudica a narrativa, mas o excessivo recurso me fez por vezes pensar sobre o porquê desta escolha visual em vez de prestar atenção ao que estava a acontecer. A nostalgia foi usada como um chamariz.
Em conclusão, Fantastic Four nos poupa da exaustiva história sobre as origens, passando logo para a ameaça de Galactus. Se, por um lado, a agilidade narrativa é, sem dúvida, uma mais-valia, o retrofuturismo excessivo, apesar de bem executado, acabou por se tornar um artifício. O filme falhou em não sonhar o futuro como as pessoas sonharam o nosso presente.


Comentários
Enviar um comentário