Será que atrizes renomadas, uma celebridade e um escritor e diretor famoso são o suficiente para uma série ser um sucesso? Até poderia ser, se a série fosse mais do que estes ingredientes.
All's fair, escrito e dirigido por Ryan Murphy, poderia ser uma série de advogados que poderia inovar, mas se torna um exercício de paciência em ver cenas que parecem ter sido escritas para serem cortes no TikTok. Curtas, sem desenvolvimento e com muitas frases de efeito, mas que, quando coladas juntas, fazem um episódio que se torna sofrível de assistir.
O primeiro episódio, e o único que tenciono assistir, mostrou como um escritório de advocacia especializada em divórcios liderada por Allura Grant (Kim Kardashian), Emeral Greene (Niecy Nash) e Liberty Ronson (Naomi Watts) se criou e, ao mesmo tempo, a sua inimiga n.º 1, Carrigton Lane (Sarah Palson), surgiu.
No episódio temos dois casos; um deles, uma mulher que traiu o marido, mas que não queria sair do casamento de anos sem nada. Para isso, liga para Liberty, que apanha um avião para se sentar no chão com a sua cliente a observar as joias e lhe dar uma informação que poderia ser dada por telefone. Trata-se apenas de uma cena puramente estética para mostrar o luxo de viajar num avião privado, mas que não revela uma praticidade.
O segundo caso é de uma mulher que quer sair do casamento para estar com o seu verdadeiro amor. Para isso, o escritório de advogados espia o seu marido para descobrir que ele contratava os serviços de uma dominadora e que tinha uns fetiches extremos. Como o escritório resolve o caso? Pagando milhares à dominadora para contar tudo. Sem desafio, uma história linear e superficial.
A série é boa para pôr no fundo para quebrar o silêncio e para dar um insignificante "gosto" no TikTok. Parece mais uma extravagante manobra de marketing e branding que peca pela falta de profundidade e um senso crítico para perceber que estética (ainda que questionável) e a presença de nomes conhecidos não fazem bom conteúdo.
[A série "All's fair" está disponível no Disney+.]
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