The Last Showgirl - O etarismo implacável


Recentemente vi o filme "The Last Showgirl", que conta a história de Shelly Gardner (Pamela Anderson), uma artista de cabaré que trabalha em Las Vegas e que é informada de que o seu espetáculo irá terminar, deixando-a desempregada.


A história

Shelly Gardner tenta encontrar um novo rumo para a sua vida, ao mesmo tempo que tenta reparar a sua relação com a filha Hannah (Billie Lourd).

Hannah considera que a mãe sempre deu mais atenção à vida profissional do que à maternidade e vive com esta ferida profunda. Hannah ainda tenta compreender porque a mãe preferiu a vida das luzes e do show business em vez de ter ficado com ela. Hannah decide, então, assistir a um dos últimos espetáculos antes de terminar de vez.

Hannah faz uma crítica arrasadora, dizendo que o número é quase um espetáculo de nudez e que não entende as escolhas de Shelly.



Num misto de admissão de culpa e de vergonha, Shelly confessa que aquilo era o que ela gostava e que não tinha outra forma de sustentar a família ou de deixar Hannah aos cuidados de outra pessoa.

Shelly tenta encontrar um novo emprego ou um rumo para a sua vida, mas a idade é um fator que a impede. Numa audição para um novo espetáculo, ela foi considerada desatualizada e sem talento.



Outra personagem, Eddie (Dave Bautista), que é o diretor da peça e amor mal resolvido de Shelly, tenta de alguma forma ser o seu suporte, mas o passado dos dois não permite.

Temos ainda Annette (Jamie Lee Curtis), grande amiga de Shelly, que enfrenta problemas semelhantes relacionados com a idade, já que não é considerada atraente o suficiente para poder trabalhar dentro do casino.


Etarismo domina a vida de Shelly e Annette

O filme aborda temáticas como o etarismo, onde a sociedade é implacável por considerar a idade um elemento que não deve ser visto ou considerado bonito.

Pamela Anderson entrega uma performance crua e emocionante, revelando a vulnerabilidade de Shelly, uma personagem com a qual muitas pessoas serão capazes de se identificar, apesar de terem histórias de vida diferentes.

O etarismo é exposto de uma forma que nos faz sentir muito mal pelas personagens, provocando uma raiva que nos faz querer gritar ou impedir o que está a acontecer.



A fragilidade de Shelly e Annette, que vivem marginalizadas, é evidente, pois precisam de trabalhar a vida inteira e a sociedade, em vez de ajudar, impõe barreiras.

Uma das cenas mais tristes, não pelo que acontece, mas pelo seu significado, é quando Annette diz que vai trabalhar até morrer, pois não tem como se reformar. O mesmo acontece com Shelly, que busca outros empregos apesar da sua idade.

No fim, o filme fez-me sentir um misto de felicidade, porque Shelly consegue fazer as pazes com a filha, mas a mensagem sobre a discriminação pela idade deixou uma marca.


Comentários